cabala

20/02/2012 09:32

 

“A tradição oral da cabala afirma que a razão da existência é que D’us desejava contemplar D’us.” Houve, pois, previamente uma não-existência na qual, segundo a tradição escrita, “o Rosto não contemplava o Rosto.” Num ato de vontade realmente totalmente livre, D’us extraiu de seu lugar o Todo Absoluto, AYIN sof (sem fim) para permitir que aparecesse um vazio em que pudesse manifestar-se o espelho da existência. A este ato de “Zimzum”, ou contradição, diz o ditado rabínico, “o lugar de D’us é o mundo, mas o mundo não é o lugar de D’us.”

  Este ato divino se visualiza simbolicamente como segue: de AYIN SOF OR, a Luz INFINITA que rodeia o vazio, emanou um raio de luz que penetrou da a períferia até o centro. Este, o Mav, ou raio da Divina Vontade, se manifestou em dez etapas diferentes de Emanação. Assim refere também outra máxima rabínica: o mundo adquiriu vida através de Dez Palavras Divinas. Desde a Idade Média, estas dez etapas se conhecem como as “Sefirot”..  A palavra “Sefirah” (sua forma singular) não tem equivalente em nenhuma outra linguagem, embora por sua raiz esteja aparentada com as palavras “cifra” (isto é, número) e “safira”. Alguns viram na Sefirot os Poderes ou Barcos Divinos; outros os vêem como os instrumentos ou ferramentas divinas do Governo Divino. Os místicos descreveram-nas como as dez faces, as dez Mãos ou mesmo as dez túnicas de D’us. Todos coincidem, no entanto, em considerar que as Sefirot expressam os Atributos Divinos, os quais, desde o primeiro momento da Emanação, são eternamente mantidos numa série de relações até que por vontade divina voltem ao “Nada”, fundindo-se de novo no vazio.

  D’us é D’us. Nada existe que se possa comparar a D’us. D’us é D’us. Na cabala, o D’us Transcendental se chama AYIN. AYIN significa em hebraico “nada”, pois D’us está além da Existência. AYIN não está abaixo nem acima; nem é movimento ou imobilidade. AYIN não está em lugar nenhum. D’us é o Nada Absoluto.

  AYIN SOF, ( sem fim), o nome de D’us que está em toda parte é o Um em relação ao Zero de AYIN. É a totalidade do que existe e do que não existe. AYIN SOF é o D’us Iminente, o Todo Absoluto. AYIN SOF não tem atributos, porque estes só podem manifestar-se no interior da existência, e a existência, é finita.”

 

  A primeira Sefirah, no limite do vazio, chama-se em hebraico Keter, a Coroa. Esta manifestação contém tudo o que foi, o que é e o que será. É o lugar da primeira emanação e do último retorno. Sua natureza de Atributo Divino se expressa pelo Nome de D’us, tradicionalmente vinculado a ela. Eu sou o que sou. Desde este ponto de equilíbrio, o raio de luz se expande, sob a influência da Misericórdia, da Força e da Expansão, para manifestar a segunda Sefirah; “A Hokhmah, a Sabedoria. Está, no espírito divino e humano, é o intelecto interior e ativo, experimentado pelos seres humanos como o despertar do gênio, a inspiração ou a revelação. Seu contrapeso, pelo lado da Severidade, Forma e Contração.”

“Dez Sefirot procedentes do Nada Dez, não nove. Dez, não onze. Entendi isto na sabedoria e na Sabedoria entendei-o. Examinai-o e meditai sobre seu significado, com o fim de devolver o criador a seu Trono. ( Sepher Yezirah, )”.

 

 “Que árvore é esta de que falas? Todos os Poderes Divinos estão dispostos numa série de estatos como os de uma árvore, e como uma árvore, dão fruto quando é regada; o mesmo acontece com os Poderes Divinos quando recebem a água de D’us. (Livro de Bahir. Provença, século III)”


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